VIZUALIZANDO FUTUROS, RESIGNIFICANDO O PRESENTE
O trânsito e a aceleração das informações podem nos conectar com a multiplicidade cultural, porém as narrativas oficiais e os regimes de visibilidade impostos parecem querer enquadrar a vida e pavimentar os diversos habitats.
Deslocar esse conteúdo imagético para a rua – Arte Pública – permite pensar sobre como experienciamos a cidade, e sobre formatos de comunicação, comportamento, consumo, visualidade e visibilidade. Para além do registro do que aconteceu, as imagens acontecem.
Elas não nos mostram o que existe, mas fazem existir. Surgem da experiência do corpo, respiram a partir de nossos desejos e sobrevivem conosco. Aí começa um movimento de passagem para além das fronteiras dos contornos, pois eles se abrem em múltiplas direções para as futuras possibilidades.
As imagens agem para fora do quadro e, como eventos que não cessam, sobrevivem na eternidade do contato.
SEUS LIMITES E
ENQUADRAMENTOS
SÃO ILUSÓRIOS.
MOSTRA DE ARTE ABERTA DE PORTO ALEGRE | MAAPA
Dessa forma, MAAPA pretende transformar Porto Alegre em um espaço para visionar a céu aberto, onde o olhar é despertado para as próximas estações.
Tendo como horizonte as reflexões e preocupações mencionadas, convidamos os artistas a fazer parte de uma troca propositiva sobre quais ritmos e direções poderemos juntos seguir. A proposta é pensarmos juntos nisso, através de imagens.
Em vez de retornos e caminhos circulares, como podemos criar espaços que ventilem fôlego nas cidades?
Como voltar a movimentar-se sem medo, preservando a vida no encontro?
Que sinais despontam e podem ser seguidos numa reprogramação de rota mundial?
As imagens podem ser meios para intuir esses destinos e futuros?
Imaginar e narrar possibilidades futuras é uma atividade vital.
A partir da aproximação com fenômenos de vidência, de pressentimentos e de intuições, propomos aos artistas que visionem imagens de futuros, imagens que nos contem sobre eles.
Diante das imagens estamos sempre diante da distensão do tempo. Elas nos contam a respeito do que se foi, mas também do que virá.