Esta obra faz parte de uma série de experimentações com a técnica da cianotipia mistura à fotografia macro analógica. Tais experimentações contemplam a natureza de um pensamento vegetal na pesquisa de mestrado em educação realizada na Universidade federal do Rio Grande do Sul – UFRGS – intitulada Biopoética do Infravisual – com apoio da Coordenação de aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES). Nesta pesquisa, investigo correspondências entre a arte fotográfica e a arte literária mantendo foco na poesia, para assim pensar uma educação sensível à semelhança de um processo fotográfico. Por isso, cria-se um neologismo para falar desse movimento em que uma arte entra pela outra, o infravisual – que dá título a essa série fotográfica. Essa fotografia ampliada para a potência de arte urbana tem a qualidade de causar o que o sentido da visão não alcança, ou seja, é um um olho capaz de imaginar verdadeiras lucinações de um futuro. Quer dizer, a arte fotográfica como pura força de superfície; como profundidade que se sente à flor da pele. Por isso que a educação como uma questão de peles, atravessa a visualidade especular da arte fotográfica para fluir na potência que traduz em si mesma um paradoxo interessante, por onde podemos tocar em nossa coletividade enquanto seres humanos não-humanos e, ao mesmo tempo, vegetar, desacelerar o tempo para assim imaginar-visualizar novos mundos.